Demorou, mas aconteceu. MDB catarinense decidiu entrar no governo de Jorginho Mello (PL), ocupando a Secretaria de Infraestrutura. A pasta já está amarrada a vários nomes ligados diretamente a Jorginho, mas ainda assim é atrativa, já que é a responsável por tocar todas as obras do Estado. Em princípio, o deputado estadual Jerry Comper (MDB) é quem deverá ser o titular da Secretaria. Em se confirmando a nomeação, quem assumirá em seu lugar no parlamento estadual é o primeiro suplente, Emerson Stein (MDB), que já foi prefeito de Porto Belo. Trata-se de um afincado bolsonarista, que de imediato faria parte do cast dos principais aliados de Jorginho Mello.
É bastante interesse se observar que coube aos deputados estaduais a decisão quanto ao ingresso na gestão estadual, sem interferência direta do da executiva ou diretório estadual, e tampouco da bancada federal. A bem da verdade, não havia consenso em relação a este tema entre os deputados estaduais, mas acabou prevalecendo o bom senso. O MDB já havia decidido que não faria oposição ao Governo do Estado. Sendo assim, não haveria sentido em dar sustentação a uma gestão sem fazer parte dela de forma direta. Isto prejudicaria de forma bastante sensível os prefeitos emedebistas que sempre precisariam entrar pela porta dos fundos no atual governo. Com emedebistas de renome lá dentro, a história é outra.
Vale lembrar que há a possibilidade de que Jorginho Mello amplie o espaço do MDB no governo, algo que é postulado pelo partido. Neste sentido, o nome da vez poderia ser o deputado federal e presidente estadual da legenda, Carlos Chiodini, que havia sido cotado para ser o Secretário de Infraestrutura, mas declinou. Em não sendo ele, há a possibilidade de que seja um outro federal emedebista. Se isto se confirmar, o primeiro suplente de deputado federal do MDB, Luiz Fernando Vampiro, assumiria a Câmara dos Deputados. Esta segunda tratativa, no entanto, não é tão simples assim. Isto porque os deputados federais Daniel Freitas e Júlia Zanatta, do PL de Criciúma, têm objeções ao nome de Vampiro no Congresso, já que ele é considerado integrante da ala da esquerda do MDB e poderia se aliar ao presidente Lula. Vale lembrar que Daniel e Júlia são filiados ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e do governador Jorginho Mello.
Finais
O próximo passo do governador Jorginho Mello (PL) e tentar trazer o PSD para dentro de sua gestão. Oficialmente, o governador tem o apoio dos onze deputados de seu partido, dos três deputados do Progressistas e dos seis deputados do MDB. Tem-se, aí, vinte votos. Também há negociações com mais quatro deputados “avulsos” que deverão fazer parte da base aliada. Afora isto, os dois deputados estaduais do PSDB são considerados prata da casa pelo ex-tucano Jorginho Mello. O PSD, no entanto, é fundamental no processo, pois conta com a icônica figura de Júlio Garcia, principal responsável por ter articulado a eleição de Mauro de Nadal (MDB) à presidência da Assembleia Legislativa.
Prisão preventiva do prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), ainda não foi digerida pelas principais lideranças do partido no Sul do Estado. Ponticelli, que é considerado o principal líder do Progressistas do Sul catarinense, foi preso nos desdobramentos da Operação Mensageiro, que apura possíveis malversações em processos licitatórios envolvendo contratação de empresas para o recolhimento de lixo. Além dele, também foi preso preventivamente seu vice-prefeito, Caio Tokarski (União). Com o naufrágio eleitoral da família Amin no pleito eleitoral passado, as apostas para a reconstrução do Progressistas em nível estadual vinham recaindo sobre Ponticelli. Independentemente de culpabilidade, ou não, o partido já tem que começar a procurar outra tábua de salvação.