Rolando Christian Coelho | 14/06/2023 | O dilema de Jorginho Mello no governo

Governador Jorginho Mello (PL) vive um dilema e tanto frente ao comando da gestão estadual. Ainda que não tenha herdado dívidas impagáveis, como costumam herdar a maioria dos governadores brasileiros, Jorginho encontrou um passivo descomunal, deixado pelo ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep), configurado em compromissos com Transferências Especiais e convênios com prefeituras de todo o Estado.
Carlos Moisés abriu duas frentes de atuação junto as prefeituras, para destinar recursos para os municípios. Uma via Transferências Especiais, apelidada de Transferências via Pix, e outra via convênios. A soma do que ficou para trás a ser pago nestas duas modalidades chega a R$ 2.5 bilhões, sem levar em conta outros R$ 1,2 bilhão que foram suspensos pelo atual governo.
Jorginho diz que não há dinheiro suficiente para saldar com estes compromissos, no que é rebatido pelo ex-governador, que chega a dizer que deixou dinheiro em caixa. Independentemente de haver ou não dinheiro, o fato é que ao cumprir com os compromissos de Carlos Moisés, Jorginho Mello está deixando de fazer seu próprio governo, deixando de colocar em prática seu plano de gestão, o que inclui, por exemplo, o programa Universidade Gratuita, que caminha a passos de tartaruga.
O grande paradigma desta situação é que são centenas de obras paradas no Estado a espera de recursos para que possam ser continuadas. Na prática, a continuação significa o não início efetivo da gestão de Jorginho Mello.
Em meio a este imbróglio, as municipalidades continuam penando, a espera da liberação efetiva dos recursos que faltam. O governador já acenou com parte deles, o que por óbvio Jorginho irá fazer muito a contragosto, afinal, não são obras de seu governo.

 

Finais

 

Em vídeo postado nas redes sociais, deputada federal Júlia Zanatta (PL), uma das parlamentares mais bem votada aqui na região da Amesc, disse que seu partido terá “candidato ou candidata” à Prefeitura de Criciúma ano que vem. Com isto, Júlia, que é presidente do PL criciumense, deixa a entender que poderá ela própria disputar a prefeitura do município, como já fez em 2020. Foi aquela candidatura, aliás, que pavimentou seu projeto para a Câmara Federal em 2022. A deputada é bastante próxima do deputado federal Ricardo Guidi (PSD), de quem é prima. Havia um ensaio até mesmo dando conta de que poderia apoiá-lo ao executivo municipal. Todavia, a ida do prefeito Clésio Salvaro para o PSD, com quem Júlia não mantém relações políticas, pode pôr fim esta intenção.

Lideranças políticas, comunitárias, representantes de entidades náuticas, pesqueiras, pescadores, e a comunidade de modo geral, participaram de um ato ontem à tarde, em Passo de Torres, em prol da abertura e extensão dos molhes do município. Trata-se de uma reivindicação que se estende há décadas, e que carece da intervenção direta do Governo do Estado, e principalmente do Governo Federal, para que possa ser desobstruída. A abertura e extensão dos molhes é fundamental para o desenvolvimento das atividades pesqueiras de Passo de Torres e região, como também para o turismo regional. Por ora, quando muito, a Prefeitura Municipal consegue algum convênio para que uma draga trabalhe no desassoreamento da barra, e só. Uma lástima, levando em conta o potencial pesqueiro e turístico que o município tem.

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