Rolando Christian Coelho | 12/07/2023 | Lula de olho do PP e Republicanos

Com o objetivo de evitar uma onda de direita nas eleições municipais do ano que vem, e também garantir mais base de apoio no Congresso Nacional, presidente Lula da Silva (PT) está focando seus esforços na tentativa de cooptar deputados federais e senadores do Progressistas e também do Republicanos, legendas que já estiveram com o PT no passado. Exímio articulador, Lula sabe que não pode deixar os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se aglutinarem em um só grupo, isolando as legendas de esquerda dentro de uma eleição municipal, onde 80% dos municípios são de médio ou pequeno porte, e tendem a votar em candidatos conservadores.

As amarras de 2024 são fundamentais para o projeto de reeleição de Lula em 2026. Se ele não oficializar alianças com pelo menos parte do Centrão, dificilmente o PT conseguirá manter uma disputa em pé de igualdade na futura eleição presidencial contra o movimento bolsonarista, independentemente de quem vier a ser o candidato deste viés ideológico.

A escolha do Progressistas e do Republicanos como “alvo” das investidas de Lula não se dá ao acaso. Tratam-se de partidos que também já fizeram inúmeras alianças com o PT em nível estadual e municipal, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

Para equacionar a relação com as duas legendas, por óbvio, Lula se utilizará da velha tática de que “é dando que se recebe”. Neste sentido, o presidente já tem até reservados a presidência da Caixa Econômica Federal e o Ministério dos Esportes para futuras negociações.

A grande diferença do toma lá, dá cá, que houve no passado, para o de hoje, é que hoje o Brasil já não conta com recursos suficientes para abrigar uma legenda de cabo a rabo. Não há como contemplar plenamente 40 deputados e cinco senadores de uma só legenda, por exemplo, em troca de votos. Por conta disto, as amarras de Lula não deverão passar de alinhavos, seja com o Progressistas, com o Republicanos, ou com qualquer outra legenda de direita.

 

Finais

Novo coordenador regional do MDB, ex-prefeito de Passo de Torres, Jonas Souza, diz que pretende realizar uma rodada de conversações com cada um dos presidentes municipais do partido a partir da próxima semana, de forma individual. A intenção de Jonas é realizar um diagnóstico do MDB em cada município, para prospectar cenários com vistas a 2024 em nível local. Após esta etapa, novas reuniões acontecerão, em nível regional, para se traçar um plano microrregional para o partido. De acordo com o novo coordenador, que substituiu o prefeito de Jacinto Machado, Gaiola Mezzari, nesta função, em princípio o MDB prospecta lançar candidatos a prefeitos em todos os municípios aqui do Extremo Sul Catarinense. Conforme ele, no entanto, “primeiramente é preciso ouvir as lideranças locais para se saber a realidade de cada um”.

 

Região Sul do Estado lidera o ranking nada honroso no que diz respeito às rodovias estaduais. Nada menos do que 59,5% da malha viária da região é considerada ruim ou péssima. Os dados fazem parte de um relatório enviado pelo deputado estadual Fabiano Luz (PT) ao Governo do Estado. No Sul, apenas 4,83% das rodovias catarinenses são consideradas ótimas ou boas, enquanto que em nível estadual, este percentual aumenta para 27,41%. Uma das saídas para se melhorar a malha viária catarinense estaria na maior destinação de recursos para o setor, especialmente os oriundos do IPVA. Neste ano, o governo prevê arrecadar R$ 2,8 bilhões com o IPVA. Metade destes recursos ficam com o Governo do Estado e a outra metade vai para as prefeituras. O problema é que a maior parte dos recursos não são nem de longe aplicados no setor viário.

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