O Progressistas e o Republicanos fecharam acordo e vão apoiar o governo do presidente Lula da Silva (PT). Em princípio, os dois partidos irão assumir, respectivamente, o Ministério dos Esportes e dos Portos e Aeroportos. Isto, no entanto, promete ser apenas o começo. O Progressistas, por exemplo, está de olho no Ministério das Cidades, e provavelmente só consiga unir toda sua bancada, no Congresso Nacional, em torno do Palácio do Planalto, depois desta conquista.
No plano prático, as duas legendas garantem a tão almejada governabilidade a Lula da Silva. Por outro lado, o desgaste que Progressistas e Republicanos sofrerão nas bases da sociedade não será pequeno. Os dois partidos, na absoluta maioria dos Estados, apoiaram o projeto de reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL), fato este observando também aqui em Santa Catarina. A partir de agora, ambos estarão com Lula, o que poderá ser um tiro no pé para os deputados e senadores dos dois partidos.
O abalo moral será sentido com maior intensidade no ano que vem, quando Lula deverá promover alianças que envolvam PT, Progressistas e Republicanos para as disputas municipais. Especificamente em nosso Estado, dificilmente uma articulação como esta será levada adiante, mas especialmente no Nordeste ela tende a vingar. Este movimento será o gatilho para que o PL de Bolsonaro avance sobre as bases eleitorais dos dois partidos que estão entrando no governo Lula.
Em Santa Catarina, a representatividade federal das duas legendas é praticamente nula. Apenas o senador Esperidião Amin (PP) estaria neste grupo de apoio a Lula. Seu partido não possui nenhum deputado federal. Já o Republicanos não possui nem deputados, nem senador representando nosso Estado na Capital Federal.
De todo modo, o que se pode supor é o avanço do bolsonarismo nato sobre os votos de Progressistas e Republicanos, não só em Santa Catarina, como em todo Brasil, por conta da aproximação destas duas legendas ao PT de Lula. O fato é que nenhum Ministério compensa o desgaste da direita apoiando a esquerda e isto será sentido de forma retumbante pelas duas legendas nas eleições municipais do ano que vem.
Finais
Deputado estadual Tiago Zilli (MDB), e os prefeitos de Jacinto Machado, Gaiola Mezzari (MDB), de Timbé do Sul, Beto Biava (PP), e de Morro Grande, Clélio Daniel Olivo (PP), foram surpreendidos por um terremoto de grandes proporções em Marraquexe, no Marrocos, na noite de sexta-feira. Eles estavam participando de um evento da Unesco, voltado aos Geoparques de todo o mundo. Os respectivos prefeitos administram municípios que estão inseridos no Geoparque Caminho dos Cânions, que contempla parte do Extremo Sul catarinense, como também da serra e litoral Norte gaúcho. Mais de mil pessoas morreram no terremoto, mas a comitiva brasileira nada sofreu. Tão logo o fenômeno cessou, Zilli gravou vídeo publicado nas redes sociais dando conta do ocorrido, tranquilizando amigos e familiares.
De passagem por nossa região na sexta-feira, deputado federal Darci de Matos (PSD), que emplacou mais de 2.300 votos aqui no Extremo Sul na eleição do ano passado, disse que a Câmara dos Deputados tem mantido um posicionamento extremamente conservador na atual legislatura. Por conta disto, conforme o parlamentar, o governo do presidente Lula da Silva (PT) terá muitas dificuldades de implantar uma gestão com os princípios da esquerda no país. De acordo com Darci de Matos, “projetos mais radicais”, vindos do Palácio do Planalto, teriam no máximo 80 votos na Câmara dos Deputados. Mesmo com o embarque do Progressistas e do Republicanos no governo de Lula, a tendência é que sua gestão não ultrapasse os limites defendidos pelos partidos de direta no Congresso Nacional, comenta o deputado.
