O emaranhando de situações que envolve o processo de transição entre o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), e o futuro governo do presidente eleito Lula da Silva (PT), tem atrasado o anúncio de nomes que comporão a nova gestão presidencial. As questões ideológicas que separam os dois grupos acabam por tomar grande parte do tempo dos articuladores de Lula, que sequer sabem de quem o futuro presidente receberá a faixa presidencial. No fim das contas, os nomes para o preenchimento dos principais cargos do Governo Federal têm sido relegados a um segundo plano. A prioridade tem sido viabilizar a transição.
Este cenário tem deixado o PT catarinense apreensivo. Em princípio, o partido tenta emplacar Altemir Gregolin como Secretário Nacional da Pesca, trabalhando, também, para que a pasta se transforme em Ministério. Por ora, no entanto, nada está confirmado.
O presidente estadual do PT, Décio Lima, que foi candidato ao Governo do Estado no pleito eleitoral deste ano, é quem tem mantido contato direto com o comitê de transição de Lula, e com os articuladores do PT nacional, buscando garimpar espaço para a legenda em Santa Catarina. Tudo, porém, ainda permanece muito nebuloso. Nesta semana o coordenador regional do PT aqui no Extremo Sul Catarinense, Ozair Banha da Silva, tinha encontro agendado com Décio em Itajaí, mas as intempéries que acometeram a região da Grande Florianópolis, e também o Vale do Itajaí, acabaram obstruindo a conversa pessoal que eles teriam para tratar deste tema. “Tudo está sendo encaminhado, mas vamos ter que aguardar mais um pouco, temos tempo para isto”, ressalta Banha.
É muito provável que o PT catarinense seja prestigiado por vários motivos, dentre eles pelo fato de o partido ter chego pela primeira vez em sua história ao segundo turno da eleição governamental em Santa Catarina. Há de se relevar, também, que Décio e amigo pessoal de Lula. Por fim, não se pode desconsiderar que Bolsonaro fez 70% dos votos no segundo turno em nosso Estado. Se o PT não tiver representantes fortes por aqui, na próxima eleição o percentual chegará a 80%.
MDB está de olho na Infraestrutura do governo Jorginho
Embora já tenha anunciado vários nomes para compor sua gestão, futuro governador Jorginho Mello (PL) ainda faz mistério em relação a algumas pastas, dentre elas a cobiçada Infraestrutura, responsável pelas grandes obras do Estado. Corre a boca miúda que esta secretaria está reservada ao MDB, de modo a amarrar os seis votos do partido, na Assembleia Legislativa, ao gabinete do governador. Em princípio, o nome mais cotado para a função é o do deputado estadual reeleito Volnei Weber, do MDB de São Ludgero, município da região de Tubarão. Caso Volnei assuma a Secretaria da Infraestrutura, quem ocupará sua cadeira no parlamento estadual será Emerson Stein (MDB), ex-prefeito de Porto Belo, município que fica entre Florianópolis e Balneário Camboriú. Bolsonarista convicto, Emerson não seria nenhum empecilho para Jorginho na Assembleia. Volnei na Infraestrutura, por sua vez, seria uma mão na roda para alavancar obras para o Sul junto a gestão estadual.
Jessé Lopes não concorda com permanência de Geovânia na Câmara
Deputado estadual Jessé Lopes (PL) não gostou nenhum pouco de ver a deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania) ser convidada para ser secretária de Estado da Saúde. Em princípio, nada contra a futura secretária, mas sim contra a deputada federal Geovânia de Sá (PSDB), que assumirá a Câmara Federal no lugar de Carmem. Através de uma nota via redes social, Jessé explicitou sua insatisfação: “A deputada Carmem Zanotto foi nomeada secretária de saúde do estado. Com isto, o governo ressuscita Geovânia de Sá, deputada federal não reeleita, que votou a favor da cassação de Daniel Silveira. Avisei de minha insatisfação em relação a isto, mas não fui ouvido. Seguimos”. Interessante observar que situações como esta é que dão esperança ao deputado estadual José Milton Scheffer (PP), que almeja chegar ao comando da Assembleia Legislativa com apoio de deputados do PL. A suposta indisposição de alguns parlamentares da sigla com Jorginho Mello seria o caminho da construção de Zé Milton.
