Rolando Christian Coelho – 06/12/2022 – Jorginho terá secretariado bolsonarista

Governador eleito de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), anunciou ontem os nomes de parte de seu secretariado. As primeiras onze indicações, em seu bojo, tem um viés fortemente ligado ao pensamento bolsonarista. O futuro secretário de Educação, Aristides Cimadon, por exemplo, chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Educação no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2020. Valdir Collato, ex-deputado federal ligado diretamente ao agronegócio, será o secretário da Agricultura. A deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania), futura Secretária de Saúde, foi reeleita com o maciço apoio dos bolsonaristas da região serrana. O deputado Luiz Armando Schroeder Reis, que é coronel da reserva, foi um dos eleitos pela onda Bolsonaro à Câmara Federal em 2018, representando a região de Joinville, ocupará a Defesa Civil. O ex-prefeito de Luzerna, Moisés Diersmann, que é o responsável pela equipe de transição de Jorginho Mello, é um dos principais líderes bolsonaristas do Meio Oeste catarinense, e ocupará a secretaria da Administração. Vânia Franco, que será Secretária de Articulação Nacional, é a atual chefe de gabinete, no Senado Federal, do próprio Jorginho. Outro nome ligado diretamente ao futuro governador é o de Daniela Pinheiro Porparati, que será secretária de Governo. Atualmente ela comanda o escritório executivo que Jorginho Mello mantém no Oeste do Estado. Daniela também é secretária executiva do PL catarinense.
No embalo, quem ocupará a secretaria da Fazenda será Cleverson Siewert, que já foi titular da pasta e também comandou a Celesc. Com um pensamento francamente ligado ao liberalismo econômico, ele acaba sendo a própria personificação do âmago do pensamento bolsonarista dentro da futura gestão estadual. Neste mesmo sentido, o futuro comandante geral da Polícia Militar, Coronel Aurélio Pelozatto, e o futuro titular da Casa Militar, Tenente Coronel José Eduardo Vieira, apresentam-se por si só.
Dos primeiros nomes anunciados por Jorginho Mello, o advogado Márcio Vicari é o mais ponderado, quando o assunto é preferência ideológica. Ele ocupará a Procuradoria Geral do Estado. Trata-se de uma figura fortemente ligada ao judiciário estadual, e também aos advogados catarinenses, por já ter presidido a OAB/SC.
Em linhas gerais, o que se percebe é que Jorginho Mello não quer dar sorte para o azar. Do ponto de vista ideológico, está blindando seu governo, de modo a respeitar a absoluta maioria do eleitorado catarinense que o elegeu.

Apoio no Congresso ainda é só um sonho para Lula

 

Contas do futuro governo Lula da Silva (PT) não estão fechando, quando o assunto é apoio no Congresso Nacional. Por enquanto, estão garantidos 181 deputados federais e 26 senadores na base de apoio. Para aprovar um projeto simples, o governo precisa de pelo menos 257 deputados e 41 senadores. No caso de Proposta de Emenda a Constituição, são necessários 308 deputados e 49 senadores. Com todas as fichas apostadas, estima-se que Lula conseguiria 300 deputados e 51 senadores. Em princípio, sua gestão não conseguiria mexer em princípios da atual Constituição. É provável que Lula consiga aprovar apenas projetos simples, ao longo de seu mandato, e nada mais do que isto. Revisão de reformas como a trabalhista, por exemplo, só em sonho.

Geovânia de Sá permanecerá na Câmara dos Deputados

A confirmação de que a deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania) será a futura secretária de Estado da Saúde, manterá a também deputada federal Geovânia de Sá (PSDB) em Brasília. Geovânia amargou a primeira suplência de sua federação partidária no pleito eleitoral deste ano, e provavelmente não assumiria em nenhum momento a Câmara Federal no próximo mandato, caso Carmem não aceitasse o convite de Jorginho Mello (PL) para ser secretária. Com a articulação, é muito provável que Geovânia de Sá permaneça em Brasília na quase totalidade do próximo mandato. Carmem Zanotto tem intenções majoritária com vistas à 2026, e a permanência na Secretaria da Saúde pelos próximos anos é a chance que ela tem de estadualizar definitivamente seu nome. O senado, ou a vice-governadoria, estão em seu foco.

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