Governador Jorginho Mello (PL) tem apostado em um rosário de partidos, de olho em seu projeto de reeleição em 2026, que passa necessariamente por bons resultados nas urnas em 2024. Notadamente, ele tem buscado estar bastante próximo do Progressistas, do PTB, partido este que está em processo de fusão com o Patriotas; e do MDB. Também tem tentado abrir conversações com o PSD.
Além destes partidos, emissários do governador estão tentando cooptar o Republicanos, atualmente sob o comando do ex-governador Carlos Moisés da Silva. A ideia é bem simples: tirar Carlos Moisés da presidência do partido e alocar nela alguém de confiança de Jorginho. O objetivo é fazer com que o Republicanos, que é um partido diretamente vinculado ao bolsonarismo, seja aliado do PL catarinense já nas próximas eleições municipais. Nas mãos do ex-governador Carlos Moisés da Silva isto dificilmente acontecerá, pois ele e Jorginho vivem se alfinetando via imprensa.
Em seus planos, no entanto, o governador Jorginho Mello não deve depositar muitas esperanças no MDB e no PSD. O MDB só entrou no governo de Jorginho Mello por um pedido pessoal do deputado estadual Jerry Comper (MDB), que tinha a promessa de comandar a Secretaria de Estado da Infraestrutura, o que de fato acabou se concretizando. Não fosse esta questão, provavelmente o MDB nem estivesse no governo, mantendo uma postura de neutralidade em relação a gestão estadual. Já o PSD tem se mantido neutro em relação ao Governo do Estado, em alguns momentos fazendo até mesmo papel de oposição na Assembleia Legislativa.
A grande verdade é que é muito mais provável que o MDB e o PSD estejam juntos nas eleições de 2026, disputando o governo estadual unidos, do que com Jorginho Mello. O governador, no entanto, está fazendo a sua parte, nutrindo a expectativa de que pelo menos não tenha que enfrentar uma oposição ferrenha nos primeiros anos de sua gestão. Após as eleições municipais do ano que vem, todavia, tanto o MDB quanto o PSD deverão começar a trabalhar projetos autorais, que objetivam justamente desalojar o Jorginho do Governo do Estado. Na via inversa, o grande aliado de Jorginho tanto para 2024, quanto para 2026, se chama Progressistas.
Finais
PSD de Balneário Gaivota reuniu cerca de 200 pessoas na sexta-feira à noite, em ato que marcou a filiação do empresário Fábio Albino, o Fabinho da Fabsul, nas fileiras do partido. O evento também contou com a participação lideranças de outros partidos, a exemplo do Progressistas, do PDT e do MDB. Fabinho entra no PSD como pré-candidato da legenda ao executivo municipal gaivotense, e tem agora a missão de tentar aglutinar os partidos de oposição em torno de seu projeto. A principal barreira está dentro do Progressistas, que é a maior legenda oposicionista do município. Todavia, por enquanto, o partido do deputado estadual José Milton Scheffer (PP) não tem apresentando nome para disputar contra o projeto de reeleição do prefeito Kekinha dos Santos (PSDB), o que é um indício de que poderá compor Fabinho.
Deputado estadual Júlio Garcia (PSD) pôs uma pá de cal nas esperanças do deputado federal, e atual Secretário de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde, Ricardo Guidi (PSD), de ser candidato a prefeito de Criciúma por seu atual partido. Durante ato administrativo em Criciúma, Júlio Garcia sentenciou em alto e bom som que o candidato do PSD ao executivo municipal ano que vem será o vereador, e atual Secretário Municipal de Governo, Arleu da Silveira, hoje filiado ao PSDB, mas de malas prontas para ingressar nas fileiras pessedistas. Nada impede que Ricardo Guidi mude de partido para concorrer à Prefeitura de Criciúma, mas ele corre o risco de perder o mandato de deputado por infidelidade partidária. Caso se eleja prefeito, isto não fará diferença. No entanto, caso não se eleja, ficaria sem mandato pelo menos até 2028.