Ala pensante do Palácio do Planalto começou a se preocupar com a possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Há o temor que este expediente o promova de mito a semi-deus.
O fato é que Bolsonaro já foi considerado inelegível pelos próximos oito anos, pelo Tribunal Superior Eleitoral. Na prática, no mínimo, ele não disputará o pleito eleitoral de 2026, ocasião em que o presidente Lula da Silva (PT), conquistando a reeleição, deverá se aposentar da política eleitoral. Para o PT, mais quatro anos no poder é tudo o que o partido precisa para se reoxigenar, transferindo com consistência o legado de Lula para Fernando Haddad (PT).
Todavia, a prisão de Bolsonaro o santificaria junto as suas bases eleitorais, na medida em que vitimizaria seus propósitos. É provável até mesmo que da cadeia ele tenha mais votos do que fora dela, para serem transferidos para seu candidato, ou sua candidata, à Presidência da República.
Não à toa, a pressão tem crescido para que o Supremo Tribunal Federal esqueça de Jair Bolsonaro, o deixando no ostracismo. Esta seria a melhor maneira de combater o bolsonarismo também nas eleições municipais do ano que vem, quanto na próxima eleição presidencial.
De fato, pelo menos no que diz respeito a história do Brasil, a prisão ou punição severa de líderes políticos de renome os beneficia. O próprio presidente Lula é o melhor exemplo disto. Depois de mais de 500 dias preso, passou em casa, pegou um terno, e assumiu a presidência do país. Colocar o ex-presidente Jair Bolsonaro atrás das grades, seja por quais motivos forem, só servirá para dar mais gás a ideologia bolsonarista.
Por outro lado, para conseguir se fortalecer para o pleito eleitoral de 2026, que necessariamente passará pelo de 2024, o governo de Lula precisará investir na liberação de crédito para a população e para as prefeituras, de um modo geral.
O crescimento econômico, ainda que mascarado por subsídios estatais, é o melhor anestésico para as massas. Com dinheiro circulando, tudo ficará mais fácil para o PT. Todavia, sem dinheiro fácil no mercado, Lula precisará começar a colocar sua barba de molho, independentemente de Bolsonaro estar preso ou solto.
Finais
Setembro terminou e o governo de Jorginho Mello (PL) não concluiu o pagamento das 670 Transferências Especiais Voluntárias (TEVs) para as prefeituras municipais, recursos estes oriundos de amarras feitas pelo ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep) com um caminhão de prefeitos Estado afora.
De acordo com a Secretária de Estado da Fazenda, até o final do mês passado todas as TEVs estariam quitadas, o que representaria um valor de quase R$ 1 bilhão injetado nas prefeituras. De todo modo, ainda restam cerca de 300 TEVs para serem realizadas.
Pelo novo cronograma do governo, esta quitação deve acontecer até o final de outubro. A grande verdade é que já tem prefeito dando graças a Deus se tais recursos forem liberados ainda neste ano.
Líderes do Progressistas e do PL de Araranguá têm se reunido para discutir o pleito eleitoral do ano que vem. Os dois partidos têm ciência de que separados dificilmente conquistarão a prefeitura da Cidade das Avenidas em 2024.
No entanto, pelo menos ora, nenhuma das duas siglas dá a entender que abrirá mão da cabeça de chapa na próxima disputa municipal. O PL conta com o nome natural da Gerente Regional de Saúde, Andresa Ribeiro, para concorrer à prefeitura.
Já o Progressistas traz consigo um rosário de pré-candidatos, que passa pela bancada de vereadores, como também pelos ex-presidentes da Câmara Municipal Vereadores, Daniel Viriato Afonso e José Hilson Sasso, como pelo sempre lembrado ex-prefeito Mariano Mazzuco Neto.