Parece brincadeira, mas, infelizmente, não é. Depois do trágico acidente envolvendo 22 veículos no Morro dos Cavalos, agora, querem colocar a culpa nos índios. Sim, um dos argumentos para o atraso de mais de 15 anos da obra seria o posicionamento contrário dos indígenas, o que não é verdade, segundo a liderança indígena da região, que afirmou ainda terem discutido o assunto e chegado em um consenso entre 2010 e 2015. Tempo suficiente para a obra já ter saído do papel.
Com a repercussão do acidente, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) fez questão de lembrar que o projeto de duplicação da BR-101 previa a construção de dois túneis de 1,3 quilômetros e dois viadutos de 180 metros no local. Os projetos foram concluídos em 2010 e a licença de instalação foi emitida em 2014, mas as obras nunca foram executadas. Além disso, o contrato com a Arteris Litoral Sul, firmado em 2017, não previa esta obra, e já se sabia antes disto da necessidade de melhorias no local.
Não, a ideia não é encontrar um culpado, mas mostrar que se houvesse interesse de A ou B, o projeto já deveria ter andado. Agora, talvez funcionando como moeda de troca ou projeto para impulsionar o nome de uma meia dúzia no cenário político, a população catarinense venha a se beneficiar com a obra.
O deputado federal Pedro Uczai (PT), atual coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense em Brasília, solicitou uma audiência na Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) para pedir a agilização das obras. Mas isto já não tinha sido feito pelo deputado Valdir Cobalchini (MDB) quando ocupava a mesma posição? E, muito provavelmente, por outros antes deles também. O Estado precisa de soluções imediatas, porque aguardar a boa vontade do Governo Federal e das entidades não funciona há mais de 10 anos. Temos aí uma nova novela, similar a do Contorno Viário.
Posso ir?
Silvinei Vasquez, atual secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, pediu autorização ao ministro Alexandre de Moraes para acompanhar “in loco” o julgamento da suposta tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal, do qual é acusado de participar.
Silvinei foi proibido de deixar o Estado e está usando tornozeleira eletrônica por ordem determinação de Moraes.
Mudança de direção
Os deputados Antídio Lunelli e Rafael Penzetti se reuniram para discutir um novo direcionamento para o MDB. Para eles, o partido, que tradicionalmente é do centro, precisa realinhar seu posicionamento para ficar mais “condizente” com a população catarinense. Para bom entendedor, meia palavra basta. Ora, Santa Catarina é o estado mais bolsonarista do país, então, a ideia dos parlamentares é que a sigla venha a seguir esta ideologia mais conservadora, mesmo tendo espaço tanto com o Governo Federal quanto com o Estadual. Se é uma boa ideia? Há muito o que discutir.
Greve em Lages
Os servidores municipais de Lages entraram em greve. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores (Sindiserv), eles reinvindicam a unificação do vale-refeição, um reajuste salarial de 12%, a correção do índice da tabela salarial e a implementação de um piso mínimo municipal de R$ 1.730. E enquanto as negociações não andarem, eles também não trabalharão.
Celular nas escolas
A Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa promoveu , por iniciativa da deputada Paulinha (Podemos), uma audiência pública para discutir o uso do celular na sala de aula. Os participantes do debate concordaram com a restrição, mas ponderaram a utilidade do uso das tecnologias na educação.
De acordo com a parlamentar, 78% das crianças e 84% dos adolescentes não fazem o mínimo de atividades físicas por causa do uso excessivo das telas, que afastam as crianças das atividades lúdicas. O celular, segundo Paulinha, baixa a autoestima de adolescentes por conta da exposição excessiva e da imposição de um padrão de beleza irreal. Triste realidade das nossas crianças.
Prestação de contas
O Governo do Estado apresentou sua prestação de contas para o TCE SC e, agora, o órgão tem 60 dias para dar o parecer sobre o documento. A análise consistirá na apreciação geral e fundamentada da gestão orçamentária, patrimonial e financeira do Estado, especialmente do cumprimento dos limites constitucionais e legais dos gastos com saúde, educação, pessoal e endividamento. O documento servirá de base para o julgamento político-administrativo pela Assembleia Legislativa, a quem cabe aprovar ou rejeitar as contas do Governo. Ao entregar o balanço geral, o governador Jorginho Mello salientou a importância da parceria com o Tribunal de Contas para o Governo do Estado cumprir com a sua missão, em favor dos catarinenses, e citou algumas ações realizadas durante o segundo ano da sua gestão.
Posse
A Promotora de Justiça Vanessa Wendhausen Cavallazzi tomará posse no cargo de Procuradora-Geral de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) nesta sexta-feira, 11. Ela substituirá o Procurador de Justiça Fábio de Souza Trajano, que esteve à frente do MPSC nos últimos dois anos.
Vanessa irá chefiar o MPSC no biênio 2025-202 e será a primeira mulher na história da Instituição a ocupar o cargo de Procuradora-Geral de Justiça do MPSC.