MPSC denuncia acusados dos assassinatos de Carol e Gabriela

Crime ocorreu no início deste ano; vítimas teriam sido mortas por motivo torpe e foram jogadas dentro do Rio Araranguá

Araranguá

O MPSC, Ministério Público de Santa Catarina, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Araranguá, apresentou nesta segunda-feira, dia 30, denúncia contra dois homens pelos crimes de sequestro qualificado, homicídio qualificado, ocultação de cadáver e coação no curso do processo. Ambos são acusados de serem os executores dos homicídios de Caroline de Souza, de 24 anos, e Gabriela Silva Rocha, de 21 anos.
Os corpos de Carol e Gabriela foram encontrados boiando, na tarde do dia 5 de janeiro deste ano, no Rio Araranguá. As jovens estavam com as mãos amarradas, amordaçadas e marcas de degola no pescoço. Na noite do dia 2 do mesmo mês, as duas haviam sido retiradas à força de casa, no bairro Coloninha, em Araranguá, e desde então, as Polícias Civil e Militar estavam à procura delas.
Após conclusão do Inquérito Policial pela DIC, a Divisão de Investigação Criminal, da Polícia Civil de Araranguá, este foi encaminhado ao Mistério Público, que apresentou denúncia nesta semana.
A denúncia foi recebida pela Justiça e agora os denunciados são réus na ação penal, na qual terão amplo direito à defesa e ao contraditório.

Como os crimes teriam sido praticados
Conforme a denúncia apresentada pelo Promotor de Justiça Gabriel Ricardo Zanon Meyer, no dia 2 de janeiro de 2023, por volta das 23 horas, os denunciados teriam ido até a casa das vítimas no bairro Coloninha, em Araranguá, e desligado o disjuntor da rede de energia, atraindo-as para fora da residência. Neste momento os homens teriam as abordado, entrando no imóvel e privando as vítimas de sua liberdade. Na sequência, ambas foram amarradas, amordaçadas e depois levadas até um local ermo às margens do Rio Araranguá, onde os crimes de homicídio foram praticados.
Segundo a acusação, as vítimas foram mortas por esgorjamento, tendo ambas sofrido cortes profundos na região do pescoço. A perícia apontou também que uma delas foi jogada ainda com vida no rio, tendo o afogamento contribuído para a morte.
A motivação dos crimes, segundo o promotor de justiça, teria sido diferente para cada uma das vítimas. Uma das mulheres, que era ex-companheira de um dos acusados, foi morta por vingança, pelo fato de o réu ter ficado insatisfeito ao descobrir que não era o pai biológico da filha dela, bem como por não aceitar o término do relacionamento que tivera com ela. Já a outra vítima teria sido morta para assegurar que ela não contaria às autoridades sobre a morte da amiga.
Os homicídios foram ainda cometidos por meio cruel e com recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, já que, segundo a denúncia, os réus teriam agido com brutalidade fora do comum e sem que as vítimas pudessem reagir, tendo ambas sofrido os ferimentos enquanto estavam amarradas e amordaçadas, sendo posteriormente atiradas no leito do rio.
Os denunciados ainda responderão pela qualificadora de feminicídio, já que um deles manteve relacionamento amoroso com uma das vítimas, e o crime ocorreu por razões da condição do sexo feminino. Ainda, no dia 5 de janeiro deste ano, data em que os corpos foram encontrados, esse mesmo réu é acusado de ter feito graves ameaças a uma testemunha que o apontou como possível autor dos crimes. O réu teria dito por meio de mensagens que iria encontrar a testemunha, matá-la e “entregar sua cabeça numa bandeja”, e que iria “pipocar” a casa dela, levando o denunciado a responder também pelo crime de coação no curso do processo.

Crimes denunciados
O primeiro denunciado, que teve um relacionamento amoroso com uma das vítimas, responderá pelos crimes de sequestro qualificado, por duas vezes; homicídio qualificado; coação no curso do processo e ocultação de cadáver. Já o segundo réu também responderá por sequestro qualificado, por duas vezes; homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os dois acusados estão presos preventivamente.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.