Em 2021 Marcelo da Rosa Fraga, morador de Araranguá, sofreu um acidente de caminhão e lutou para se recuperar. Agora ele vende trufas e a luta é para conseguir um emprego fixo
Araranguá
Marcelo da Rosa Fraga, 34 anos, casado com Roberta Alves Marques Fraga, pai de Isabelly (9 anos) e de Sarah Eloá (3 aninhos) levava uma vida normal, como tantos brasileiros, até que, no dia 10 de junho de 2021 um acidente de trânsito quase ceifou precocemente sua vida. O incidente provocou prejuízos materiais, danos emocionais, politraumatismo interno e interrupção do planejamento pessoal e familiar.
Acidente de percurso
Natural de Sombrio, mas morador de Araranguá, Marcelo apresenta sequelas do acidente, mas aos poucos se esforça para retomar o curso natural da vida. Hoje, o ex-garçom, coordenador de eventos e caminhoneiro, usa e abusa da criatividade, perseverança e fé para manter as despesas do lar, comercializando trufas de porta em porta, faça chuva ou sol, frio ou calor.
Para ele não há tempo ruim. “Pensando em elevar a renda aceitei a recomendação do sogro, Márcio Marques e preparei-me para atuar como motorista de caminhão. Tudo transcorria bem, até que um caminhão que seguia em sentido oposto desviou de um buraco da pista, na rodovia situada em Aurora do Pará, distante aproximadamente 200km da capital Belém. Sem outra alternativa fiz a manobra possível, mesmo assim não evitei o tombamento do caminhão que conduzia. Para agravar a situação fiquei preso ao cinto de segurança e o volante pressionava sob minha barriga deixando-me imobilizado. Além disso, o tanque de combustível implodiu com o impacto, alguns populares saquearam meus pertences e agentes da PRF só chegaram ao local cerca de uma hora após o incidente. Menos mal que outros motoristas me retiraram da cabine”, relata.
Na época era responsável por transportar quase 80 toneladas de adubo, cujo destino era uma fazenda localizada em Mato Grosso. Aproximadamente 30 horas após o acidente, Marcelo foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, já em Goiânia/GO.
Dilema
Lá havia mais recursos, por isso permaneceu internado e submetido a avaliações e recebendo monitoramento médico. “Nos primeiros três dias, não consegui dormir devido às dores decorrentes do politraumatismo e a forte descarga emocional. O exame de CPK – que analisa a creatinofosfoquinase, enzima presente nos tecidos musculares, no cérebro e no coração – apresentou uma drástica mudança, alertando sobre o preocupante estado de saúde”, comenta.
Novos capítulos se sucederam neste drama. Familiares dele tiveram que fazer uma “vakinha online” para arrecadar recursos viabilizando seu retorno. Depois disso, de Florianópolis a Araranguá, Marcelo ainda foi beneficiado com uma carona. “Até janeiro realizei sessões de Fisioterapia no Sesc/Senac de Criciúma. Este trabalho possibilitou que um mês e meio após a volta para casa reunisse forças para deixar a cama e de maneira gradativa tentasse retomar à rotina”, conta.
Recomeço
Apesar de estar desempregado após o acidente, Marcelo revela gratidão a Deus por literalmente ter nascido de novo, além de agradecer a lealdade dos familiares e apoio de amigos: “Confesso que jamais esquecerei aquele trágico acidente, porém tenho esperança que o plano divino é maior e melhor. Minha família paga aluguel e preciso de oportunidade profissional para elevar o faturamento mensal e assim garantir o pagamento das despesas básicas”, afirma.
Pedindo oportunidade
Credenciado pela experiência de vida e de quem conhece mais de 20 estados do Brasil, Marcelo reitera a oferta de suas trufas. Além disso, solicita oportunidade de trabalho. Ex-estudante do curso de Tecnologia em Gestão de Turismo IFC – Campus Avançado Sombrio, bombeiro voluntário, detentor de CNH categoria “AE”, ele já atuou nos setores comercial (vendas, atendimento e recepção), telemarketing, locução e sonoplastia. Os interessados em entrevistá-lo ou contratá-lo tem o WhatsApp (48) 999704319.