Décio Lima (13) é candidato a governador de Santa Catarina pela Frente Democrática, coligação formada pela Federação Brasil da Esperança, formada pelo PT, PCdoB e PV, mais PSB e Solidariedade
Vereador e prefeito reeleito em Blumenau na década de 1990, três vezes deputado federal, superintendente do Porto de Itajaí, o advogado e professor Décio Lima é o único candidato alinhado a Luiz Inácio Lula da Silva em Santa Catarina. Natural de Itajaí, casado com a deputada Ana Paula Lima, três filhos, um deles adotivo, cinco netos, fundador do PT no Estado, Décio é como se fosse da família do ex-presidente.
Nas eleições de 2018, por exemplo, a pedido de Lula concorreu ao governo com o PT isolado. Chegou em quarto lugar. Nestas eleições, conseguiu articular a Frente Democrática e uma chapa representativa com a vice Bia Vargas (PSB), microempreendora de Içara, e Dário Berger (PSB) para a reeleição ao Senado. Conta com a coordenação de campanha do ex-presidente da Alesc Gelson Merísio, agora no Solidariedade, que foi o mais votado no primeiro turno de 2018, mas perdeu no segundo turno para o atual governador e a onda Bolsonaro.
“O lado de lá está todo dividido e nós somos únicos no lado de cá. As eleições têm lado e a nossa coligação está do lado da esperança e da coragem, dos que fazem com coração, para combater o autoritarismo e a desigualdade social”, localiza o candidato.
“Será com inteligência que conseguiremos superar os desafios colocados para o Brasil e o mundo.”
O que faz com R$ 200 no bolso e um dia livre
Um dia pedalando, que é uma paixão. Não consigo imaginar fartura com o momento que vivemos, então busco sempre fazer solidariedade no meu cotidiano.
No que investe seu dinheiro
O dinheiro que tenho procuro investir em livros, que gosto muito, fazer solidariedade e, claro, manter a minha dignidade, dos meus filhos, parentes e amigos.
Desejo de consumo
Não tenho muitos desejos de consumo, pois não sou uma pessoa consumista. O importante é lutar para melhorar o mundo.
Última compra que fez
O livro “Povo de Deus – Quem são os evangélicos e por que eles importam”, de Juliano Spyer.
Último livro que leu ou está lendo
“Diário Estoico – 365 Lições sobre sabedoria, perseverança e a arte de viver”, de Ryan Holiday e Stephen Hanselman.
Música ou estilo de música preferido
Gosto de quase todos os estilos, mas sou apaixonado por Elza Soares.
Hobby
Dominó.
Esporte ou atividade física
Academia, musculação e bike.
Religião?
Católico.
Maior emoção na vida?
Minha eleição como prefeito de Blumenau, em 1996.
Sabedoria na prática (ditado ou conselho que sempre usa)
“Tudo na vida é paixão”, do filósofo holandês Spinoza.
Dinheiro pra quê?
Para solidariedade.
Como vai ajudar a diminuir o custo das famílias catarinenses?
Vamos construir uma política inédita para Santa Catarina, que fortaleça o regionalismo de Santa Catarina, que seja discutida com todas as microrregiões e onde o Estado seja de fato um parceiro dos processos econômicos.
Também precisamos ter uma política de proteção do micro e pequeno empreendedor. Como fiz em Blumenau, quero criar o Banco do Povo e assegurar o crédito subsidiado a esse importante setor, que passa um momento difícil em meio ao fechamento de negócios e à inadimplência.
Ao mesmo tempo, já no início do governo, quero criar junto aos grandes empresários catarinenses uma política efetiva de desenvolvimento com auxílio do Estado na parte que nos cabe, garantindo a geração de empregos e aumento da renda do catarinense.
Como classifica o atual momento brasileiro, quais os maiores desafios?
O momento que o brasileiro passa é o que ninguém imaginava que fosse acontecer: da volta do Brasil ao Mapa da Fome, aumento do custo de vida e de milhares de pessoas vivendo um momento de vulnerabilidade.
Vemos também a permanência de valores inexplicáveis, de banalização do ódio e negação dos valores humanistas, construtivos. Um pensamento em que o que constrói a sociedade são as armas, a agressão, e não mais o amor e a solidariedade. Esse será o grande desafio que teremos à frente: tocar novamente a vida das pessoas com a inclusão social e o resgate dos valores humanistas, a grande característica do brasileiro.
Como percebe a situação global, com recessão mundial e crise climática? Qual agenda faz sentido numa situação dessas?
A humanidade vive desafios permanentes. Não podemos mais agir como no passado, agredindo a natureza e sobrepondo valores menores acima do contexto da vida. O mundo passa, inclusive, pelo momento da revolução da inteligência artificial. Será com inteligência que conseguiremos superar os desafios colocados para o Brasil e o mundo.
Qual será sua prioridade e estilo de gestão se eleito?
Serei um governador presente, e não um governador de gabinete. Quero estar junto das pessoas, entendendo os problemas e as dificuldades do povo catarinense e, com ele, buscar as soluções para nosso Estado. Serei um governador que abrace todos os setores e não dogmatize a governança; que entenda a pluralidade da sociedade e suas divergências de pensamento e seja aglutinativo, participativo, horizontal. Assim, vamos conseguir transformar Santa Catarina naquilo que sempre sonhamos.
Como ou com quem vai compor sua equipe de governo?
Nós vamos compor uma equipe que seja a mais ampla e expressiva possível dentro do conjunto da sociedade catarinense. Não faremos um governo partidarizado. Foi assim que governei em Blumenau.
Faremos um governo eficiente, com capacidade técnica e olhar sempre humanista. Aprendi na vida que todas as obras são importantes, mas as mais importantes são as obras humanas, que melhoram a vida do povo catarinense. Tenho a convicção de que farei um governo eficiente e, sobretudo, acolhedor para toda sociedade catarinense.
O que espera das eleições de 2022?
Que sejam eleições que tragam esperança permanente e que possam melhorar a vida de milhões de pessoas no Brasil e em Santa Catarina. Espero que sejam eleições que estabeleçam, definitivamente, que não iremos transigir na democracia, pois ela é uma conquista do Brasil e da humanidade. A democracia já mostrou no Brasil o quanto foi importante, e o quanto foi duro e triste os momentos de ruptura onde a tirania e o autoritarismo impuseram problemas graves à sociedade. Não podemos mais conviver com lampejos autoritários.