Rolando Christian Coelho | 09/05/2023 | Brasil parece criança de 2 anos

Quando uma criança chega aos dois anos de idade ela se acha o rei ou a rainha da casa. Suas vontades precisam ser atendidas de imediato, senão, o choro começa. Conhecida como a “primeira adolescência”, ou ainda “terrible twos”, os terríveis dois anos, trata-se esta de uma idade em que as crianças começam a achar que o mundo gira em seu entorno, e que todos os seus desejos precisam ser atendidos.
Nossa incipiente democracia brasileira não está muito longe deste perfil. Dois exemplos são bastante clássicos: o desejo da esquerda de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível, e o desejo da direita de abrir um processo de impeachment contra o presidente Lula da Silva (PT).
As teses para as duas demandas são as mesmas: crime de responsabilidade. Bolsonaro teria sido responsável por uma série de desmandos em sua gestão, assim como Lula, ao longo dos últimos quatro meses também teria cometidos vários crimes de responsabilidade, o que justificaria tirá-lo do poder. A bem da verdade, o único crime de Bolsonaro é falar tudo o que lhe vem na cabeça, e talvez o crime de Lula, até este momento, seja o de ficar mais fora do país do que governando, como se estivesse em eternas férias.
O fato é que a grande motivação para se querer a execração tanto de Bolsonaro quanto de Lula é a imaturidade da classe política brasileira, que não suporta conviver com a contradição. Neste sentido, os políticos buscam acabar com a essência da própria política, que é justamente a busca pela construção de uma sociedade mais justa e harmônica através da contradição, da pluralidade, do aceite das diferenças. Vê-se, por estes exemplos, a negação do princípio democrático, que é o da construção de uma sociedade através da junção de interesses dos diferentes, comumente chamado de consenso. No Brasil, nos últimos anos, não há consenso. Há a tentativa da imposição de uma maioria sobre o que eventualmente possa ser uma minoria. Neste prisma, a maioria vence e impõe sua vontade, cabendo a minoria meramente aceitar tudo, sem ter direito sequer de opinar. Este é o sonho do possível vencedor.
Tudo isto está muito longe de ser política, de ser democracia, de ser o alicerce para a construção de uma sociedade plural, como todas as sociedades devem ser. Só quem pensa em contrário são crianças de dois anos, birrentas, cheias de razão própria, que acreditam que sua verdades são absolutas, e que a verdade do outro de nada vale, a não ser para ser destruída.

 

Finais

Prefeito de Balneário Gaivota, Kekinha dos Santos (PSDB), e seu vice, Jonatã Coelho (Rep), aproveitaram a vinda do governador do Estado, Jorginho Mello (PL), a Sombrio, no último domingo, para solicitar a liberação dos recursos necessários para a conclusão da rodovia Caminhos do Mar, como também da Sétima Avenida. As duas obras são objeto de convênios firmados entre a prefeitura e o Governo do Estado, através da gestão do ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep). De acordo com Kekinha e Jonatã, o governador disse que vai dar uma atenção especial aos municípios do Extremo-Sul catarinense e que pretende liberar os convênios já firmados dentro do segundo semestre deste ano.

Em que pese o fato do governador Jorginho Mello (PL) já ter ressaltado que o Governo do Estado não dispõe de recursos financeiros para cumprir com a integralidade daquilo que o ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep) conveniou com as prefeituras, o fato é que trata-se de uma situação para a qual não há como voltar atrás. A absoluta maioria das obras conveniadas entre o governo e as prefeituras já foram iniciadas. São estradas, avenidas, ruas, escolas, postos de saúde, praças, e uma infinidade de outras obras já em andamento. Não há simplesmente como abandonar tudo, “varrendo a sujeira” para baixo do tapete, como se o problema não existisse. Cabe ao governo, através de seus mecanismos, achar uma solução para o dilema, seja qual solução for.

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