Rolando Christian Coelho | 13/02/2023 | PT catarinense ainda aguarda definições

O PT de Santa Catarina ainda não conseguiu arrancar do presidente Lula da Silva (PT) compromissos oficias com a legenda em nível estadual. Expectativas como a nomeação de um catarinense para o Ministério da Pesca, assim como o aproveitamento do presidente estadual da legenda, Décio Lima, em uma função privilegiada da gestão federal, não se confirmaram. Única figura do Estado que emplacou no primeiro escalão do governo Lula foi Ana Moser, nomeada como titular do Ministério do Esporte. Ainda que seja petista, nascida em Blumenau, tal nomeação não tem nada a ver com qualquer tipo de articulação feita pelo PT catarinense. De acordo com o próprio coordenador regional do PT aqui no Extremo Sul, Ozair Banha da Silva, “a indicação de Ana Moser não passou pelo PT catarinense. Trata-se de uma relação direta que ela tem com o PT nacional”.
Não há como negar que a decepção do PT em nível estadual é grande, afinal de contas, pela primeira vez na história das eleições catarinense o partido conseguiu chegar ao segundo turno. Por óbvio que o embate entre Décio Lima, que disputou o governo estadual ano passado, e o governador eleito Jorginho Mello (PL), não foi nada equilibrado, mas, mesmo assim, pela primeira vez o PT fez quase um terço dos votos para um candidato ao governo estadual, colaborando de forma bastante sensível para que Lula não amargasse uma derrota vexatória em Santa Catarina no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL).
É provável que o aproveitamento de Décio Lima e de outras figuras petistas acabe acontecendo, mas, pelo andar da carruagem, isto se dará em cargos menos políticos, e mais burocráticos, o que é muito ruim para a legenda em nível estadual. Esta lógica é bastante simples de ser assimilada por um motivo bem prático: os cargos políticos são os primeiros a ser preenchidos nos governos. No caso do governo Lula, praticamente todos já estão ocupados. Depois vêm os cargos burocráticos, como, por exemplo, diretor nacional de finanças do banco tal, e por aí afora. Esses, de ficar atrás de uma mesinha, com a tela do computador na frente. É desses aí que o PT de Santa Catarina quer escapar.

Prefeitos do MDB estão aguardam definição do partido

Transcorrido quase um mês e meio de gestão de Jorginho Mello (PL), MDB ainda não decidiu se entrará ou não em seu governo. Não contente com o oferecimento apenas da Secretaria da Infraestrutura, partido quer mais espaço. Afora isto, quer que a Infraestrutura lhe seja entregue sem amarras, sem cargos já preenchidos. Como o governo de Jorginho já está em andamento, o MDB precisa colocar na balança de forma urgente os prós e os contras de sua inércia. É que quanto mais o tempo passa, mais o partido perde, e, neste sentido, perdem os prefeitos do MDB, que são quase cem no Estado. Se o MDB não aderir a sua gestão, fatalmente Jorginho Mello vai fazer acordo com outras legendas, de modo a ter maioria tranquila na Assembleia Legislativa, e os compromissos serão com estas legendas, não com o MDB. Os prefeitos do partido estão de orelha em pé por conta desta possibilidade.

Mores e Lula têm visões distintas sobre 8 de Dezembro

Julgamento envolvendo manifestantes ligados aos chamados atos antidemocráticos de 8 de dezembro poderá criar a primeira fissura nas relações entre o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. Ocorre que o ministro Alexandre de Moraes quer que os militares supostamente envolvidos em tais atos sejam julgados pelo STF e pela justiça comum. Já o presidente Lula da Silva (PT), e especialmente o ministro da Defesa, José Mucio, quer que este julgamento se dê na Justiça Militar, o que, aliás, é praxe. Agora, imagine no STF julgando militares e eventualmente os condenando. Isto seria um tijolo no sapato de Lula e dois tijolos nos sapatos de José Mucio, que, pela função que ocupa, é quem faz a ligação direta entre o Palácio do Planalto e as Forças Armadas.

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