Já é voz corrente em Brasília que presidente Jair Bolsonaro (PL) não irá passar a faixa presidencial ao presidente eleito Lula da Silva (PT), em cerimônia marcada para o próximo dia 1º de janeiro. O substituto direto de Bolsonaro para a função é o vice-presidente Hamilton Mourão (Rep), que também já disse que não o fará. Conforme ele, isto só aconteceria se Bolsonaro renunciasse ao mandato, o que lhe imputaria uma tarefa oficial. Neste contexto, ainda que não goste da ideia, Mourão, que é general reformado, cumpriria com o protocolo, em respeito a norma estabelecida.
Pelo andar da carruagem, caberá ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), a função. Lira já foi aliado do PT no passado, e deve continuar comandando a Câmara dos Deputados com o apoio do PT de Lula e o PSB do Geraldo Alckmin. Em princípio, de forma natural, ele também deverá receber o apoio de parlamentares de direita para seu projeto, já que seu partido, aliado ao PL e ao Republicanos são as principais legendas de sustentação do bolsonarismo no país. Caso Arthur Lira também se omita, quem teria que passar a faixa a Lula seria a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, que foi indicada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para a Corte, em 2011.
Em que pese as questões morais que envolvem a decisão de Jair Bolsonaro de não passar a faixa a Lula da Silva, o fato é que com esta atitude ele fortalece ainda mais o bolsonarismo no país. O atual presidente dá um recado explicito a seus simpatizantes, e, por linhas transversas, estimula a resistência de seus seguidores.
O projeto de Bolsonaro é começar a percorrer o país já a partir de 2023. Ao longo dos próximos quatro anos quer manter o bolsonarismo alerta e atuante, tanto no Congresso Nacional quanto junto a sociedade. Ao não passar a faixa a Lula se põe, definitivamente, como uma opção ao presidente eleito para a eleição de 2026. Nada diferente do que o PT de Lula fez no passado, através de outras ações. A história é a mesma, só que com um viés ideológico distinto. Geralmente dá certo. O maior exemplo disto é o próprio Lula.
Carmem Zanotto deve ir para Saúde e Geovânia para Câmara
Deputada federal reeleita, Carmen Zanotto (Cidadania), tem dedicado os últimos dias a conversar com suas bases, objetivando convencê-las do quão importante seria sua nomeação como Secretária de Estado da Saúde. Carmem é oriunda da região serrada, e na eleição deste ano conseguiu forte engajamento dos simpatizantes do bolsonarismo para seu projeto parlamentar. É claro que os bolsonaristas a querem em Brasília, de modo a fortalecer o projeto do presidente Jair Bolsonaro (PL) com vistas a 2026. Ela, no entanto, tem garantido que seu gabinete ficaria totalmente vinculado aos princípios bolsonaristas, através de sua suplente direta, Geovânia de Sá (PSDB), que não conquistou a reeleição. Pelo andar da carruagem, é isto que deverá acabar acontecendo: Carmem Zanotto na Saúde estadual, e Geovânia permanecendo em Brasília com meio gabinete. Mas, antes meio, do que nada.
Motinha vai se dedicar a estruturar o Republicanos na Amesc
Candidato a deputado estadual pelo Republicanos na eleição deste ano, ex-vereador de Araranguá, Marco Antônio Mota, o Motinha, diz que dedicará os próximos meses a organizar o partido em todos os municípios de nossa região, com vistas ao pleito municipal de 2024. De acordo com Motinha, que está coordenando os trabalhos da legenda aqui no Extremo Sul catarinense, ainda que não tenha reelegido o governador Carlos Moisés da Silva, “o Republicanos demonstrou força e caiu no agrado popular, por conta de seu alinhamento com o bolsonarismo”. Conforme ele, “é muito fácil trabalhar o partido, e não haverá dificuldades em criar diretórios nos 15 municípios da Amesc”. O objetivo a médio prazo é justamente o de instituir a legenda em todos os municípios de nossa região para disputar prefeituras e vagas nas Câmaras de Vereadores daqui a dois anos. “O projeto já foi semeado, agora é só dar sequência”, comenta.