Rolando Christian Coelho | Antídio volta atrás e mantém candidatura

Antídio Lunelli se colocou novamente a disposição para concorrer ao Governo do Estado

Rolando Christian Coelho, 28/06/2022

Antídio volta atrás e mantém candidatura

Reunião do MDB ontem a tarde, para oficializar as indicações de candidatos do partido a vice-governador e de senador da República, na chapa a ser encabeçada pelo governador Carlos Moisés da Silva (Rep), não foi nada amistosa.

No último dia 13 o então pré-candidato do MDB ao governo estadual, Antídio Lunelli, atendeu aos apelos dos deputados estaduais e prefeitos do partido e aceitou retirar seu projeto de pauta.

Na ocasião acabou sendo aclamado como pré-candidato a vice-governador na chapa de Carlos Moisés. Até aquele momento, tudo bem. No dia seguinte o governador fez incursão administrativa pelo Sul do Estado, e, ao ser interpelado pela imprensa a respeito da união com o MDB, agradeceu a confiança do partido, mas não citou a figura de Antídio Lunelli.

Instigado a falar sobre a indicação de seu candidato a vice, Carlos Moisés tangenciou. Em outras situações, o posicionamento foi o mesmo.
No embalo, várias lideranças de expressão do MDB, como o ex-governador Paulo Afonso Vieira (MDB), começaram a questionar a presença de Lunelli na chapa de Carlos Moisés.

Na reunião de ontem, Antídio Lunelli desabafou. “Eu fiz o que podia para tentar unificar o partido. Mas não foi suficiente. Entendo que nada mais justo que agora a gente ouça as nossas bases que estavam bastante incomodadas com essa possível aliança. Vou trabalhar para colocar em prática o modelo de gestão pública que considero ideal, com mais gestão, transparência, eficiência, planejamento e entrega”.

Ato seguinte, Antídio lançou novamente seu projeto de pré-candidatura e disse que quer a realização de uma convenção estadual do partido para decidir qual caminho o MDB tomará em 2022.

Seja qual for o resultado da convenção, e, independentemente de ela acontecer ou não, o governador Carlos Moisés da Silva sairá perdendo, e muito. Se houver convenção e Antídio for homologado como candidato do MDB ao Governo do Estado, o partido entrará na campanha estadual totalmente rachado, com um grupo o acompanhando, e outro acompanhando o governador Carlos Moisés.

Se Antídio perder a convenção, ele pulará fora do barco e se engajará a outro projeto eleitoral, provavelmente o de Gean Loureiro (União), levando consigo grande parte do grande empresariado catarinense, o que é tão nocivo quanto perder o MDB.

O fato é que, notadamente, o governador Carlos Moisés continua com muita dificuldade de entender como funciona o processo político, como também as construções de coligações partidárias que poderão viabilizar sua reeleição.

Antidio deveria ter sido aclamado pelo governador como seu vice, pois ele segura tanto o MDB quanto boa parte empresariado estadual. Ao contrário disto, foi tratado como alguém dispensável, em uma atitude totalmente ingênua por parte do governador, que, agora, terá que trabalhar dez vezes mais para consertar aquilo que já estava consertado.

Cenário fica ainda mais embaralhado com retorno de Antídio

Decisão do ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, de retomar sua pré-candidato ao Governo do Estado pelo MDB, embaralhou totalmente o já embaralhado cenário político em Santa Catarina. Ontem a cúpula do PSDB se reuniu para promover encaminhamentos em relação à eleição majoritária. A reunião acabou sendo inócua, já que agora tudo depende da confirmação, ou não, de uma candidatura do MDB ao governo.

O PSDB ganharia muito com uma candidatura própria dos emedebistas, pois passaria a ter a possibilidade de se aliar diretamente ao governador Carlos Moisés (Rep), ao MDB, ou ainda ao Progressistas. Mas o fato é que qualquer decisão está adiada. Uma possível aliança entre Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP) também fica em suspenso, por ora.

Se o MDB bancar candidatura própria, tanto Jorginho quanto Amin poderão entrar no jogo eleitoral com candidaturas autorais, pois o cenário ficará totalmente pulverizado. Por outro lado, agora Gean Loureiro (União) torce para que o MDB frite Antídio, de modo a trazê-lo para seu lado. Na prática, tudo terá que ser repaginado nos próximos 30 dias.

Majoritária entre PT/Solidariedade e PDT é “possível”, diz Boeira

Semana passada não apresentou muitas novidades nas articulações desencadeadas pela Frente Democrática, grupo composto por partidos de esquerda em nível estadual. Os próximos dias, no entanto, deverão ser decisivos para os encaminhamentos majoritários com vistas à 2022.

Em princípio, há um franco encaminhamento para que Décio Lima (PT) seja candidato ao Governo do Estado, com Gelson Merísio (SD) concorrendo a vice, e Jorge Boeira (PDT) disputando Senado. De acordo com Boeira, “possivelmente este será o caminho”. Há de se ressaltar, no entanto, que Dário Berger (PSB) tem insistido na tese de que o grupo deva apoiar seu nome ao governo.

Paralelo a isto, dentro da Frente, há o desejo de que Dário concorra ao Senado, o que poderia ser uma alternativa para manter a unidade do grupo. Neste cenário, o PT concorreria ao governo, tendo o PDT como vice, e o PSB ao Senado.

Merísio se retiraria do processo para facilitar o entendimento. O problema é que o PDT não aceita concorrer como vice, pois, de acordo com Boeira, “as bases entendem que a disputa pelo Senado é melhor para o partido”.

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