Rolando Christian Coelho, 08 – 04 – 22
Sem composição, candidatura de “terceira via” não existirá
Partidos como o MDB, PSDB, PSD, União Brasil, PDT e todas as demais legendas, afora PL e PT, já sabem que suas chances de chegar ao segundo turno da eleição nacional deste ano são muito restritas. Ao longo dos últimos anos a política nacional orbitou em torno de duas figuras: o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula da Silva (PT).
Ambos representam duas faces da mesma moeda, como uma face sendo a do bem e a outra sendo a do mal, dependendo de quem opine sobre a tal moeda.
O fato é que esta dualidade, que é fomentada de forma proposital por ambos, os deixa desprendidos de todos os demais partidos e candidatos que postulam o Palácio do Planalto, e nenhum, de forma isolada, os conseguirá alcançar.
A solução para este dilema é a proposição de uma união de forças entre aqueles que, sabidamente, não têm chances de chegar ao segundo turno.
Em princípio, um grupo, composto por MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania têm se articulado neste sentido. Eles contam com pré-candidatos à Presidência como Simone Tebet, pelo MDB, João Dória, e, quem sabe, Eduardo Leite, pelo PSDB, e ainda Luciano Bivar, e talvez Sérgio Moro, pelo União Brasil.
O Cidadania, cumprindo seu eterno papel de apêndice do PSDB, estaria inserido neste contexto meramente para dar apoio aos tucanos.
Uma série de reuniões que objetivam alinhar este grupo já foram realizadas pelos caciques dos partidos envolvidos. Basicamente eles querem chegar a um consenso para a escolha de um único candidato a presidente. Todos sabem que o caminho é este.
Todos sabem que o lançamento de candidaturas individuais serão um fracasso, etc e tal. O grande problema, no entanto, é se chegar ao tal consenso, seja por conta dos projetos já lançados, seja por conta das vaidades pessoais.
Dos nomes envolvidos neste processo, Eduardo Leite é o que apresenta maior perspectiva de crescimento. Ele seria o candidato ideal para representar a chamada terceira via numa candidatura à Presidência. Por sua vez, Sérgio Moro seria o candidato ideal para compor como seu vice.
A análise técnica desta avaliação exigiria umas três páginas de jornal, e, por ora, terei que deixá-la de lado. Esta, no entanto, é apenas umas das possibilidades de composição, e isto, por si só, já demonstra a complexidade de se chegar a uma dobradinha consensual. Uma pena, pois o Brasil merece muito mais do que apenas bolsonaristas e petistas discutindo o futuro do país. Tenho a impressão que somos muito mais que isto.
Boeira cada vez mais cotado para o Senado na Frente Democrática
Filiação do ex-deputado federal Jorge Boeira no PDT, com real possibilidade de ele disputar o Governo do Estado, acendeu a luz de alerta na Frente Democrática, aliança política composta um rosário de partidos de esquerda.
A candidatura de Boeira poderia rachar a esquerda catarinense. Por conta disto, fica cada vez mais real a possibilidade de que a Frente destine a Boeira a vaga de candidato ao Senado Federal por este grupo. Trata-se de um projeto bastante interessante, se toda a esquerda de fato fechar com Boeira.
Bolsonaro faz opção por nome pouco conhecido ao Senado
Quem continua tendo mais sorte que juízo é o ex-governador Raimundo Colombo (PSD). Pré-candidato natural ao Senado, Colombo vinha convivendo com a sombra de alguma candidatura de peso, para o mesmo cargo, abraçada pelo bolsonarismo estadual. Tudo se encaminhava para que o empresário Luciano Hang fosse esse candidato, mas ele acabou desistindo do projeto.
Com isto, o deputado estadual Kennedy Nunes (PTB), que corria por fora, passou a ser a bola da vez. Com a desistência de Hang, o deputado federal Daniel Freitas (PL) também colocou seu nome à disposição para a disputa ao Senado, assim como a vice-governadora Daniela Reinehr (PL), todos bolsonaristas.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), no entanto, endossou a candidatura do empresário Jorge Seif (PL), um ilustre desconhecido da política catarinense. Por enquanto, o que se pode dizer é que Colombo está sem adversário
Sul pode ficar bem representado na majoritária estadual
Caso Jorge Boeira (PDT) seja de fato candidato ao Senado, ou a governador, o Sul do Estado, por enquanto, teria dois candidatos majoritários nas eleições deste ano. Vale lembrar que além de Boeira, que é de Araranguá, o governador Carlos Moisés da Silva (Rep), que disputará a reeleição, é morador de Laguna e radicado eleitoralmente em Tubarão.
Há ada uma chance do empresário Jorge Seif (PL), de Itajaí, não levar sua candidatura ao Senado adiante, sendo substituído neste embate pelo deputado federal criciumense Daniel Freitas (PL).
Andressa Ribeiro deverá ser candidata a estadual pelo PL da Amesc
Em que pese a discussão interna do PL de nossa região, para a escolha de um nome que dispute a Assembleia Legislativa pela legenda, aqui pelo Extremo Sul catarinense, tudo parece se encaminhar para a homologação de uma candidatura da advogada araranguaense Andressa Vitorino Ribeiro ao parlamento estadual.
Presidente do PL de seu município, Andressa é considerada o nome mais consensual do partido para a disputa deste ano. Em princípio, o partido está convergindo para seu nome, e ela, por sua vez, considerando seriamente a possibilidade de disputar uma cadeira na Assembleia.
Sempre é bom lembrar que Araranguá é o maior colégio eleitoral de nossa região, e um dos maiores do Estado, o que também agrada muito o senador Jorginho Mello, que é pré-candidato do PL ao Governo do Estado. Seu palanque eleitoral, primário, já nasceria grande na região.