Rolando Christian Coelho, 14/03/2022
Dário confirma filiação no PSB para disputar o governo
Senador catarinense Dário Berger anunciou ontem sua decisão de se filiar ao PSB para disputar o Governo do Estado. A manifestação do senador se deu durante convenção estadual do partido, ocorrida na Assembleia Legislativa, evento que contou com a presença de vários líderes de outros partidos de esquerda, e também do ex-governador Paulo Afonso Vieira, um dos emedebistas que apoia a pré-candidatura de Berger.
A situação que envolve Dário Berger é eivada de interrogações e exclamações. Num primeiro momento, o PSB fez de tudo para convencer o ex-deputado federal Jorge Boeira a sair do Progressistas, e se filiar ao partido, para disputar o governo catarinense, o que acabou acontecendo. A carta branca de Boeira no PSB chegou a ser assegurada pelo comando estadual e nacional da legenda.
Agora, o presidente catarinense do partido, Cláudio Vignatti, se mostra o principal entusiasta da candidatura de Berger ao governo por sua legenda, algo retratado por um vídeo gravado ontem mesmo, depois da convenção do partido.
Em princípio, os partidos de esquerda do Estado vinham se reunindo para discutir a configuração deste grupo diante das eleições deste ano. O que se percebe, no entanto, é que a candidatura de Dário ao governo já é uma espécie de jogo de cartas marcadas, e que as chamadas discussões internas para se chegar ao nome que disputará o comando do Estado pela legenda são meramente um engodo.
A nítida impressão que se tem é que tudo já está definido, restando saber, meramente, se o PT irá indicar o vice de Dário Berger, ou se irá lançar Décio Lima como seu candidato ao governo. Esta segunda hipótese ampliaria a base da esquerda no Estado, de modo a capilarizar mais o projeto de Lula da Silva (PT) à Presidência, mas diminuiria sensivelmente as chances de um candidato de esquerda chegar ao segundo turno da eleição governamental em Santa Catarina.
PSD, União, PSDB e PP são os que mais conversam com os outros
De todos os partidos que tem conversado com todos, PSD, União Brasil, PSDB e Progressistas têm batido recordes. Estas quatro legendas parecem, literalmente, abertas a quaisquer tratativas que facilitem conquistar o governo catarinense.
Por óbvio, conversam entre si, mas também com diversas outras legendas, com restrições, meramente, aos partidos de esquerda. A bem da verdade, o grupo só não se funde em um só para 2022 porque há mais cacique do que índio os compondo. Por conta disto, o mais provável é que se dividas em duas frente no segundo semestre.
Carlos Moisés ainda aposta em ter MDB como seu aliado
Tão logo confirmou sua filiação ao Republicanos, governador Carlos Moisés da Silva passou a operar para tentar ter o MDB como seu vice nas eleições deste ano. A tentativa de Carlos Moisés não é de todo infundada, já que a maioria dos deputados estaduais do MDB lhe manifestam simpatia.
O que o governador não percebeu ainda, no entanto, é que se trata de uma simpatia pragmática, focada nos recursos que ele está destinando nas prefeituras comandas pelo partido, e não uma simpatia focada em um projeto político de médio e longo prazo.
As chances do governador ter que enfrentar as urnas sem capilaridade partidária são incomensuráveis, meramente por ter querido inventar moda. Falta um articulador político ao governador. Muitos do que estão ao seu lado se dispondo a este papel, têm operado para outros projetos eleitorais.
Beto Biava diz que eleição deste ano está ligada a decisão de Hang
Presidente da Amesc, prefeito de Timbé do Sul, Beto Biava (PP), diz que cenário político no Estado, neste momento, está preso a decisão do empresário Luciano Hang, de disputar, ou não, as eleições deste ano.
Hang deverá anunciar sua filiação partidária, possivelmente ao PL, no próximo dia 18. A data estava previamente marcada para o dia 10, depois 22, e agora foi reagendada. “Dependendo do que ele decidir, o cenário será um, ou outro”, comenta o prefeito, que, num primeiro momento, havia declarado apoio ao projeto de reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep).
Aliança entre PL e PP no Estado diferenciaria este grupo dos demais
Uma possível aliança entre PL, Progressistas e PTB teria grandes chances de se destacar no cenário político catarinense diante das eleições deste ano. Jorginho Mello (PL) ao governo, com José Milton Scheffer (PP) ou Ângela Amin (PP) concorrendo como vice, e Luciano Hang, pelo PL, ao Senado, reuniria as condições ideias para trazer a reboque o conservador eleitorado catarinense para esta chapa.
Vale lembrar que este grupo teria como aliado o presidente Jair Bolsonaro, que é filiado ao PL. Ressalte-se que PL e Progressistas têm conversado sobre esta possibilidade. Para que as coisas fluam melhor, o ideal é que Jorginho incorporasse de vez o discurso conservador, ao invés de permanecer preso à social-democracia. Tecnicamente falando, as candidaturas de Bolsonaro e Hang puxariam a de Jorginho para cima, de forma natural.