Frei trabalhou durante 24 anos no seminário Servos de Maria de Turvo. Ex-estudantes do seminário lutam pela canonização do religioso que morreu em 1976, com 92 anos de idade.
Um grupo denominado Meninos de Turvo, que reúne ex-estudantes do seminário Servos de Maria de Turvo, se propôs uma função ao mesmo tempo difícil e prazerosa. Eles querem a canonização de frei Egídio, que trabalhou no seminário durante 24 anos.
Frei Egídio Maria Muscini nasceu na Itália em 1884 e foi batizado com o nome de Vicente. Chegou ao Brasil em 1921 e em 1952 veio para Turvo, onde ficou até sua morte em 1976, com 92 anos de idade. Tinha como principais virtudes, segundo os que o conheceram, a humildade, simplicidade e espírito de oração.
A iniciativa de canonizar Frei Egídio foi de outro religioso turvense, frei Moacyr Grechi. Dom Moacyr foi arcebispo de Porto Velho (RO) e já no final da sua vida recebeu a visita de ex-seminaristas do Servos de Maria. Falou a eles sobre o colega e solicitou que se empenhassem para o reconhecimento da santidade de Egídio.
Venâncio Menegaro, de 74 anos, foi um dos que ouviu o pedido e agora ajuda a coordenar o processo inicial da canonização. Ele é um dos Meninos de Turvo, tendo frequentado o seminário entre 1959-60. “Eu conheci o Frei Egídio, encontrava ele quase sempre trabalhando na horta. Ficamos próximos, ele era de uma humildade incrível”, conta.
Outros membros do grupo, mais jovens, não conheceram o frei pessoalmente, mas onde passavam ouviam elogios a sua prática.
O professor José Pedro Idalino diz que desde cedo escutava às pessoas dizendo que Egídio era santo. Ele está recolhendotestemunhos de quem conviveu com o frei e de quem afirma ter alcançado alguma graça por intermédio dele. “A canonização exige pelo menosum milagre, e já temos mais de um, com comprovação”, informa.
Servo de Deus
O ex-vereador de Sombrio Donizete Gubert também colabora com o processo, que formalmente inicia com a declaração de que o postulante é um ‘Servo de Deus’. A expectativa é de que este reconhecimento seja feito, pelo bispo Jacinto Inácio Flach, em uma missa marcada para o próximo dia 25. A data, 25 de agosto, é a mesma da morte de Egídio Muscini.
Outro passo importante, já em andamento, é a construção de um memorial dedicado ao futuro santo. A obra deve começar no mês de setembro, em uma área próxima ao parque do CTG de Turvo.
Donizete passou parte da adolescência e juventude no seminário em um período em que Frei Egídio já tinha falecido. Porém, a fama dele
era conhecida. “Sempre diziam que ele tinha dedicado à vida a fazer o bem”, lembra. É pelo exemplo dado por este homem que o grupo acredita que ele deve ser santificado.