Em incursão por nossa região desde ontem, o deputado estadual Mário Motta (PSD) tem pregado “transparência absoluta” nos mandatos legislativos em Santa Catarina. Em princípio, o parlamentar não aponta dedos, ou tampouco visa normatizar a conduta de seus pares, mas no que diz respeito a seu gabinete ressalta que “as gavetas não podem ter chaves”. O preenchimento das vagas de assessores, por exemplo, foi feita por processo seletivo, e não por indicação política. O deputado também abriu mão de utilizar os celulares que a Assembleia Legislativa destina aos gabinetes, com contas totalmente pagas. Os quase R$ 13 milhões em emendas impositivas que cada deputado estadual tem direito, todo ano, é outro tema que diferencia o parlamentar. Ao invés de destinar este valor com base em critérios políticos, Mário Motta alocará tais recursos em projetos que forem apresentados a seu gabinete, de forma proporcional, nas seis mesorregiões do Estado, depois de um processo de escolha com base em critérios sociais.
As iniciativas do parlamentar são uma gota d’água em um oceano, mas nunca é demais ressaltar que oceanos são formados por gostas d’água. Se o exemplo fosse seguido pelos demais deputados, no mínimo o processo político seria mais ético.
Em princípio pode parecer mais fácil para Mário Motta conduzir seu mandato de forma mais aberta, menos atrelada ao velho jogo político, sempre de olho na política-eleitoral, afinal de contas ele já era uma figura pública, por conta do jornalismo televisivo e radiofônico, muito antes de entrar na política. Isto de fato pesa a seu favor e de certo modo o desatrela das velhas jogatinas eleitorais. Todavia, ninguém perde por tentar fazer diferente, ainda que de forma parcial. Sempre é bom lembrar que toda caminhada começa com o primeiro passo.
Finais
Prefeito de Ermo, Paulo Della Vechia (PL), diz que cancelamento da VII Festa do Agricultor e da V Arrancada de Tratores do município, que aconteceriam em setembro, não foi uma retaliação a participação de uma transexual no concurso para a escolha da rainha e princesas do evento, mas sim a tentativa de por um ponto final no clima de desunião que se instalou no município depois do concurso, que foi realizado no início de julho. Conforme o prefeito, “eventos como o da Festa do Agricultor e da Arrancada de Tratores têm o objetivo de unir as comunidades, de festejar as conquistas e não o de desagregar, que era o que estava acontecendo”. O fato é que os dois eventos acabaram ficando como pano de fundo dos esforços da prefeitura, e o que ganhou a atenção da mídia foi o gênero das participantes que participaram da escolha da rainha e princesas da festa, o que, conforme o prefeito, acabou se transformando numa inversão do propósito original dos dois eventos.
PT e PSDB já não são mais os mesmos. Os dois partidos, que rivalizaram ao longo de mais de 30 anos, tendo como epicentro de suas disputas o Estado de São Paulo, deverão ficar sem candidatos a prefeito no maior município do país. Tudo indica que o PT irá apoiar Guilherme Boulos (Psol) à Prefeitura de São Paulo, enquanto o PSDB deverá fechar com Ricardo Nunes (MDB). O emedebista, diga-se de passagem, também deve receber o apoio dos bolsonaristas, timonados pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em princípio, em São Paulo, o que se desenha é uma típica disputa entre a esquerda e a direita, com várias interrogações. A principal delas diz respeito ao próprio PSDB, que tem votado na maior parte das vezes com os interesses do presidente Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional, mas que deverá ficar contra o PT na maior parte dos municípios do país em 2024.