Com 99 deputados federais e 11 senadores, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro possui atualmente a maior bancada parlamentar no Congresso Nacional. O partido, no entanto, não está conseguindo manter coesão em Brasília, principalmente depois que Bolsonaro foi tornado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A prova de fogo do PL foi a votação da Reforma Tributária, combatida pessoalmente pelo próprio Jair Bolsonaro. Dos 99 deputados, 20 acabaram votando favoravelmente ao projeto costurado pela equipe do presidente Lula da Silva (PT), sinal claro de que o PL tem um forte grupo de dissidentes.
O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, que está a frente da legenda há 21 anos, tentou amenizar a situação, dizendo que projetos polêmicos como o da Reforma nunca serão consenso dentro de uma grande sigla como é o PL. De quebra, ressalta que o partido tende a crescer, e não a diminuir de tamanho. Projeta até mesmo a filiação de 27 novos deputados à legenda na janela de transferência partidária, a ser aberta ainda em março de 2026.
A realidade mais próxima, no entanto, mostra parlamentares do PL flertando com legendas como o Republicanos, MDB, Progressistas, Patriotas e Solidariedade. São especialmente deputados que não levam fé em um projeto alternativo do PL para 2026, sem a presença de Jair Bolsonaro como candidato ao Palácio do Planalto.
O fato é que o encolhimento, manutenção ou crescimento do PL depende muito mais do PT, do que do próprio ninho liberal. Se o governo Lula conseguir sair do atoleiro econômico e político em que está, a tendência é que partidos aliados do PT recebem filiações de deputados bolsonaristas que meramente se aproveitaram do momento político para se eleger em 2022. Por outro lado, se o governo Lula não decolar, o PL se reaglutina e cresce. Lula, por sua vez, está nas mãos da economia internacional para fazer seu governo dar certo. Sendo assim, o sucesso ou não do PL e do PT em 2026 depende muito mais dos outros do que deles próprios.
Finais
Prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro tem mantido contado com alguns líderes do PSDB aqui do Extremo Sul Catarinense, na tentativa de levá-los para PSD, seu novo partido. Na maioria dos casos a resposta tem sido negativa, já que em vários municípios as duas legendas têm projetos distintos em relação a 2024. Em Santa Rosa do Sul, por exemplo, o PSD é o principal adversário do PSDB, do prefeito Almides da Rosa, que concorrerá a reeleição ano que vem tendo provavelmente o ex-prefeito Nelson Cardoso de Oliveira, do PSD, como seu oponente direto. Em Balneário Gaivota, o prefeito Kekinha dos Santos (PSDB) também disputará a reeleição tendo o PSD na oposição. Em princípio, pelo menos na região da Amesc, não deverá haver um efeito cascata, de tucanos migrando para o PSD por conta de Clésio Salvaro.
Prefeito de Araranguá, César Cesa (MDB), determinou que Diretoria de Cultura do município providencie um pequeno histórico de Iracy Luchina, para fixar ao lado de seu monumento, que fica no Calçadão da Getúlio Vargas. Iracy foi um soldado da Força Expedicionária Brasileira, nascido em Araranguá, morto pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Iniciativa é louvável, principalmente se levarmos em conta que a maioria dos monumentos existentes do país simplesmente não contam a história, ou trazem referencias ao homenageado. No caso de Iracy Luchina, ele foi morto junto a outros 16 soldados brasileiros, em uma emboscada, próximo ao Monte Castelo, na localidade de Abetaia. Este episódio entrou para a historiografia da Segunda Guerra Mundial como “Os 17 de Abetaia”.