Em que pese Santa Catarina não ter abraçado a candidatura do presidente Lula da Silva (PT) no ano passado, o fato é que 30% dos catarinenses apostaram nele no segundo turno da eleição presidencial. Todavia, este contingente da população não está observando nada de mais prático no que diz respeito aos trabalhos da Presidência da República. A impressão que se tem é que o marasmo tomou conta do país.
Lula também está tendo o azar de ser comparado com seus próprios governos, entre 2003 e 2010, período em que o Brasil viveu um apogeu econômico. A fama daquele momento nem de longe lembra o que nosso país vive agora, e isto, por óbvio, aumenta ainda mais a sensação de letargia governamental.
O fato é que o governo Lula de 20 anos atrás não tem nada a ver com o atual governo Lula, e nem terá, por questões bem simples. Duas décadas atrás, o mundo, e não somente o Brasil, desfrutava de um boom na economia. Somente a China tirou 400 milhões de habitantes de condições análogas a miséria. A Índia passou por transformações urbanas sem precedentes, com cidades inteiras sendo reconstruídas. Tudo cheirava a riqueza no início do Século XXI, e o Brasil estava no meio desta onda.
A realidade de nosso país e do mundo agora é outra. Ao invés da opulência se vive a estagnação, por dois motivos bem claros: o pós-pandemia e a guerra na Ucrânia. O fato é que o mundo ainda não ligou totalmente suas máquinas após a Covid-19. Afora isto, uma guerra em plena Europa tem deixado todo mundo com o dinheiro embaixo do colchão. Os grandes investidores não querem arriscar em um mercado de incertezas. Com isto todos perdem, especialmente as grandes nações, como é o caso do Brasil.
Pode ser que a cura para tudo isto surja em breve, mas as esperanças são poucas. Quando se trata de macroeconomia até tartaruga vence a corrida. É muito mais provável que o Brasil tenha que se virar por conta própria na próxima década, do que venha a ser beneficiado pela economia mundial, como nos dois primeiros governos de Lula.
Finais
Deputado estadual José Milton Scheffer (PP) foi escolhido como novo coordenador da Frente Parlamentar do Cooperativismo da Assembleia Legislativa. A Frente é composta por 14 deputados, e objetiva “apoiar, incentivar e auxiliar estudos de interesse social, econômico e político relacionados ao setor cooperativista”. De acordo com o deputado, suas ações junto ao órgão terão como principal função “dar continuidade ao trabalho que já é desenvolvido há 30 anos na Assembleia, cujo objetivo é servir de ponte entre o cooperativismo e o poder público, articulando junto ao Poder Executivo ações que potencializem ainda mais o sistema cooperativista catarinense”. Interessante observar que se forem somados todos os serviços prestados pelas cooperativas do Estado, nos mais diversos setores, metade da população catarinense está ligada a alguma delas.
Pelo menos quatro partidos já se ofereceram para receber a filiação do deputado federal Ricardo Guidi (PSD), que está tendo que engolir, a contra gosto, o anúncio da filiação do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), ao seu partido, no próximo dia 26 de junho. Ricardo quer ser candidato à Prefeitura de Criciúma, e Clésio não esconde seu desejo de ver seu Secretário de Governo, Arleu da Silveira, como seu sucessor. Por conta das circunstâncias, PL, MDB, Progressistas e União Brasil já se ofereceram como abrigo para Guidi, diante do pleito eleitoral do ano que vem. Em virtude da força do bolsonarismo no Sul do Estado, o PL é o partido mais tentador para uma eventual mudança. Vale lembrar que em Criciúma a legenda conta com as filiações dos deputados federais Daniel Freitas e Júlia Zanatta, dois cabos eleitorais de primeira grandeza.